O Cervegelo
Você já entrou
num bar, abriu o cardápio e percebeu que não conhecia nenhuma cerveja? Você já
entrou numa adega ou num empório e pediu uma “Brahma” ou uma “Original” e
disseram que não tinha? Você pagaria R$ 20,00 numa garrafinha de cerveja de 330
ml? Você tomaria uma cerveja que fosse servida a 10º C numa tacinha que
parecesse de vinho? Você compraria uma cerveja feita na República Tcheca? Você
já ouviu a frase “beber menos e melhor”?
Pois é, essas
“novidades” têm sido cada vez mais comuns! Temos assistido, nos últimos anos,
uma invasão de cervejas no Brasil, provenientes de outros países, mas também do
nosso. Cervejas de outras cores, de rótulos engraçados, com copos próprios, caras,
quentes, amargas, doces, azedas, fedidas, que são olhadas, cheiradas,
chacoalhadas, cheiradas novamente e bebidas por pessoas com ares de
superioridade, senão frescura.
Por tudo isso,
um grupo de beberrões de primeira linha lançou, em dezembro de 2011, um movimento
de proteção da nossa bebida mais tradicional: a cerveja estupidamente gelada.
É o Movimento do Cervegelo!
Entenda, aqui,
o que levou à deflagração do Movimento. Saiba o motivo pelo qual
milhares de estabelecimentos comerciais estão reimprimindo seus cardápios e
trocando a palavra cerveja por cervegelo. Saiba como se comportar
neste momento de transição, frente às discussões e protestos da indústria e do
mercado. Saiba o que é preciso para entrar num bar e pedir um cervegelo de
cabeça erguida e sem constrangimentos. E, mais importante, saiba reconhecer um
cervegelo de longe.
Este “site” se
propõe exatamente a informar consumidores, fornecedores e indústria sobre o Movimento
do Cervegelo, em atenção à Meta #1 do Movimento. Os fundadores do Movimento
acreditam que somente a informação direta e clara impedirá problemas e
aborrecimentos das mais diversas ordens. Evitar ações na justiça,
questionamentos no PROCON, problemas com a “lei seca”, visitas de fiscais da
prefeitura, broncas dos pais ou esposas e “piriris”
são alguns dos inúmeros objetivos do Movimento.
Não deixe de
ler. Não deixe de divulgar. Anote http://cervegelo.blogspot.com. Vá
até a banca mais próxima, adquira o adesivo da campanha e cole em seu veículo.
Apoie essa causa, coloque o “banner” do Movimento do Cervegelo em seu
estabelecimento comercial, em seu “site”, em seu “blog”, em seu perfil nas
redes sociais.
Movimento do Cervegelo – Varginha/MG, 19 de dezembro de 2011
Cidade de
Varginha/MG, nacionalmente conhecida pelo caso "ET de Varginha",
ocorrido em 1996, principal acontecimento ufológico da história do país |
Cerveja
Uma das teorias mais aceitas é a de que
a cerveja tenha surgido no Oriente Médio, há muitos milhares de anos.
Ronaldo Morado, na obra Larousse da
Cerveja [vide referências bibliográficas ao final], refere-se à crença de
que a cerveja tenha nascido no Oriente Médio ou no Egito. Já em 6.000 a.C., com o início da construção
das cidades, a fabricação da cerveja já estaria estabelecida e organizada.
Discorrendo sobre achados arqueológicos relacionados à cerveja, o autor lembra
que o Código de Hamurábi, escrito por volta de 1.730 a.C., previa o afogamento do
cervejeiro em sua própria bebida, caso ela fosse intragável.
Trecho do Código de Hamurábi, que traz especificamente a punição do cervejeiro,
no Museu do Louvre, em Paris
[foto do Cervegelo, de
outubro de 2011]
A inscrição no Código de Hamurábi comprova, indubitavelmente, que a cerveja é uma
bebida milenar.
Devido ao processo de fermentação, a
cerveja no mais das vezes era menos contaminada do que a água que se dispunha.
Por conta disso e pelos efeitos decorrentes da ingestão do álcool, a bebida
sempre foi tratada pelos povos antigos como alimento e remédio, com um viés
divino.
O inglês Michael Jackson, conhecido
como o “Caçador de Cervejas” e falecido em 2007, também sugeria que a cerveja
pudesse ter se originado no Oriente Médio, mais especificamente na Mesopotâmia.
Entretanto, como os lúpulos e grãos
são mais próprios dos climas frios, o especialista alude à existência de uma
verdadeira “faixa da cerveja”, que atravessa os diversos continentes e engloba
os locais onde, mais naturalmente, a cerveja seria produzida.
Hoje, os meios modernos de transporte
viabilizam o deslocamento dos insumos para qualquer lugar do planeta,
propiciando a produção de cervejas em praticamente todos os países.
Os tradicionais países cervejeiros
A República Tcheca reivindica o título
de pioneira em todos os campos do empreendimento cervejeiro. De qualquer sorte,
a primeira cervejaria do país data de 1118. A Boêmia - nome associado por nós
inconscientemente a cervejas - é uma região histórica da Europa Central,
ocupando parte da atual República Checa, cuja capital é Praga.
O
U Fleků, em Praga, produz e vende cerveja no
mesmo local desde 1499 (antes da descoberta do Brasil!)
[foto
do Cervegelo, de outubro de 2011]
Foi na cidade de Plzeň,
nesta região, que, em 1842, o cervejeiro Josef Groll
criou uma cerveja clara, dourada e fermentada a frio. Aquela nova cerveja –
batizada de pilsner ou pilsen,
por conta do nome da cidade –, concebida em momento em que se começava a usar
copos de vidro, influenciou rápida e definitivamente o mundo todo; é clara e
atraente e seu lúpulo, temperado e doce.
A cervejaria onde a pilsen foi criada é rota de peregrinação dos amantes da
cerveja e a “Pilsner Urquell”
– a pilsen original – é considerada até hoje a melhor
cerveja tcheca.
Folder da cervejaria,
visitada pelo Cervegelo em outubro de 2011
Embora poucos imaginem, a República
Tcheca é o país de maior consumo de cerveja por pessoa, cerca de 160 litros por
ano, contando, naturalmente, com a contribuição das melhores cervejas locais.
Mas, Josef Groll
era bávaro, vale dizer, originário da Baviera, um dos dezesseis estados da
Alemanha, cuja capital é Munique. [Para o brasileiro, os bávaros seriam da
“Bavária”, forma ortográfica incorreta!]
A referência à Alemanha não é
gratuita, pois o país tem mais cervejarias que qualquer outro do mundo - cerca
de 1.300 - e a relação da cerveja com a alegria é secular. O alemão senta em
mesas comunitárias nos restaurantes, festivais e Biergarten
- jardins da cerveja - e deixa de forma muito barulhenta e clara sua paixão
pela bebida.
No
Hofbrauhaus, um dos maiores salões de devoção à
cerveja, em Munique, uma "entidade" local pousa ao lado do alegre
turista uruguaio
[foto
do Cervegelo, de outubro de 2011]
A pilsen é o
tipo mais popular da Alemanha, mas as cervejas de trigo, criadas na Baviera,
são a grande especialidade germânica. Cada cidade alemã conta com, pelo menos,
uma cervejaria. Só na região da Baviera, consomem-se 200 litros por ano, por
pessoa, o que representa o maior consumo mundial. No entanto, a Alemanha, como
um todo, ocupa a posição de número 2 no ranking dos países de maior
consumo, atrás da República Tcheca.
Os alemães sempre trataram com muita
seriedade as questões relativas à cerveja, dada a sua importância para a
cultura do país. Por isso, a Alemanha sempre foi precoce em legislações sobre a
bebida.
Documento histórico exposto no Museu Criminal
da Tortura de Rothenburg ob der Tauber,
que trata de impostos sobre as cervejas, abrangendo 44 cidades, já em 1513 [fotos do Cervegelo, de outubro de 2011] |
Em 1516, Guilherme IV, duque da
Baviera, assinou a Reinheitsgebot, a “Lei de
Pureza da Cerveja” (veja mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Reinheitsgebot).
Desde então, qualquer cerveja bávara só podia conter água pura, malte e lúpulo.
Não se fez referência à levedura (ou fermento), pois, à época, o processo de
fermentação da cerveja ainda não era compreendido; sabia-se, somente, que se
tratava de uma transformação operada pela natureza.
“A Lei da Pureza, um marco na história
da cerveja, representou a garantia ao consumidor de que as cervejas alemãs
seriam produtos da mais alta qualidade, rejeitando definitivamente algumas
bebidas que se rotulavam cerveja, mas que usavam trigo, arroz, milho, ou adjuntos como açúcar, frutas etc.” (Ronaldo Morado, ob.
citada, p. 41).
Com pequenas atualizações, como a
inserção de fermento, e exceções, como o uso de trigo, a Reinheitsgebot
é seguida ainda hoje em toda a Alemanha. O “pão líquido”, como aludem os
alemães à cerveja, é alimento diário, inclusive matinal.
A Alemanha ainda conta com alguns dos
melhores institutos e universidades ligados à cerveja, dentre os quais a Doemens Academy, em
Bayern.
A Bélgica é outra potência cervejeira,
sendo considerada por muitos como o país da maior variedade e das melhores
cervejas do mundo. Os belgas contiveram a invasão das pilsens
prestigiando os cervejeiros locais. No país, há um sem número de tipos de
cervejas, com garrafas e rótulos desenhados com exclusividade, com copos e
taças igualmente personalizadas, e os restaurantes oferecem opções de
harmonização com pratos, com o mesmo requinte que os franceses tratam o vinho.
Cervejas com insumos variados,
cervejas de fermentação natural, cervejas preparadas pelo método dos champanhes
franceses e outras, feitas em abadias e mosteiros, são algumas das referências
belgas.
A Westvleteren 12, cerveja trapista
belga, é considerada por grande parte dos especialistas como a melhor cerveja
do mundo [fotos do Cervegelo,
de outubro de 2011] |
A enorme variedade de cervejas gera
uma série de novidades, para nós do Novo Mundo. Como exemplo, os belgas também
consomem cervejas envelhecidas, como fazemos com o vinho, especialidade, por
exemplo, do bar De Kulminator, na Antuérpia.
Imagem
de uma vitrine interna do bar De Kulminator, na
Antuérpia, com cervejas em processo de envelhecimento
[foto
do Cervegelo, de outubro de 2011]
As cervejas belgas são, hoje,
exportadas para todo o mundo e ganharam respeito perante os especialistas,
notadamente pela complexidade de aromas e sabores.
Num primeiro giro pelas escolas
tradicionais de cerveja, não se pode deixar de citar o Reino Unido – integrado
pela Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlandas -,
com foco no lúpulo e diversos estilos nativos de cervejas, incluindo as famosas
stouts e as porters.
Classificação das cervejas
Comparar cervejas é tarefa difícil.
Objetivando tornar a avaliação menos subjetiva, os especialistas classificam as
cervejas, de tal sorte que se possam comparar estilos semelhantes. Além disso,
diversos quesitos e critérios de avaliação foram se consolidando, pouco a
pouco.
Uma das classificações mais conhecidas
mundialmente é a do Beer Judge Certification Program Inc. (BJCP, http://www.bjcp.org), organização sem fins lucrativos fundada
no Colorado (EUA), em 1985. O BJCP, com dezenas de mestres cervejeiros e “cervejólogos” voluntários, desenvolveu um guia de estilos,
organizando os critérios de avaliação de cervejas, hidromel e sidras. O Guia
de Estilos BJCP, reconhecido e adotado por diversas escolas e especialistas
do mundo, relaciona 81 estilos de cerveja, que compõem 23 grandes grupos. Veja:
1.
LIGHT LAGER A.
Lite American Lager B.
Standard American Lager C.
Premium American Lager D.
Munich Helles E.
Dortmunder Export 2.
PILSNER A.
German Pilsner (Pils) B.
Bohemian Pilsener C.
Classic American Pilsner 3.
EUROPEAN AMBER LAGER A.
Vienna Lager B.
Oktoberfest/Märzen 4.
DARK LAGER A.
Dark American Lager B.
Munich Dunkel C.
Schwarzbier 5.
BOCK A.
Maibock/Helles Bock B.
Traditional Bock C.
Doppelbock D.
Eisbock 6.
LIGHT HYBRID BEER A.
Cream Ale B.
Blonde Ale C.
Kölsch D.
American Wheat or Rye Beer 7.
AMBER HYBRID BEER A.
North German Altbier B.
California Common Beer C.
Düsseldorf Altbier 8.
ENGLISH PALE ALE A.
Standard/Ordinary Bitter B.
Special/Best/Premium Bitter C.
Extra Special/Strong Bitter (English Pale Ale) 9.
SCOTTISH AND IRISH ALE A.
Scottish Light 60/- B.
Scottish Heavy 70/- C.
Scottish Export 80/- D.
Irish Red Ale E.
Strong Scotch Ale 10.
AMERICAN ALE A.
American Pale Ale B.
American Amber Ale C.
American Brown Ale 11.
ENGLISH BROWN ALE A.
Mild B.
Southern English Brown Ale C.
Northern English Brown Ale 12.
PORTER A.
Brown Porter B.
Robust Porter C.
Baltic Porter |
13.
STOUT A.
Dry Stout B.
Sweet Stout C.
Oatmeal Stout D.
Foreign Extra Stout E.
American Stout F.
Imperial Stout 14.
INDIA PALE ALE (IPA) A.
English IPA B.
American IPA C.
Imperial IPA 15.
GERMAN WHEAT AND RYE BEER A.
Weizen ou Weissbier B.
Dunkelweizen C.
Weizenbock D.
Roggenbier (German Rye Beer) 16.
BELGIAN AND FRENCH ALE A.
Witbier B.
Belgian Pale Ale C.
Saison D.
Bière de Garde E.
Belgian Specialty Ale 17.
SOUR ALE A.
Berliner Weisse B.
Flanders Red Ale C.
Flanders Brown Ale/Oud Bruin D.
Straight (Unblended) Lambic E.
Gueuze F.
Fruit Lambic 18.
BELGIAN STRONG ALE A.
Belgian Blond Ale B.
Belgian Dubbel C.
Belgian Tripel D.
Belgian Golden Strong Ale E.
Belgian Dark Strong Ale 19.
STRONG ALE A.
Old Ale B.
English Barleywine C.
American Barleywine 20.
FRUIT BEER 21.
SPICE/HERB/VEGETABLE BEER A.
Spice, Herb, or Vegetable Beer B.
Christmas/Winter Specialty Spiced Beer 22.
SMOKE-FLAVORED & WOOD-AGED BEER A.
Classic Rauchbier B.
Other Smoked Beer C.
Wood-Aged Beer 23.
SPECIALTY BEER |
Não obstante, a necessidade e a
metodologia de classificação das cervejas é matéria extremamente controvertida.
De um lado, argumentam alguns que o radicalismo das classificações não acomoda
a criatividade dos cervejeiros, as inovações, aspectos culturais ligados ao
consumo de determinado local e cervejas inéditas, não habilitadas em grandes
concursos. De outro, quem defende a necessidade de classificar as cervejas,
apresenta um motivo aparentemente irrefutável: não dá para comparar alhos com
bugalhos ou, em outras palavras, não havendo critérios, qualquer comparação se
resumiria a encontrar a “melhor” cerveja, quesito e resultado exclusivamente subjetivos.
Degustação
Embora não estejamos acostumados à
ideia de degustar uma cerveja, o fato é que a prática é comum nos países
cervejeiros mais tradicionais. Suas cervejas, ricas em aromas e sabores,
oferecem prazerosas experiências sensoriais e, quando harmonizadas com comida,
multiplicam o prazer da gula.
Para se tirar o máximo proveito da
bebida, são observados inúmeros cuidados, que passam pela escolha do rótulo, a
temperatura ideal do serviço, o emprego do copo adequado (que valoriza a
cerveja), o correto modo de servir e a adequada formação de espuma.
Coleção de copos
“Michael ‘Beer Hunter’ Jackson”
[fonte da imagem:
http://en.wikipedia.org/wiki/Beer_glassware]
Uma atenção especial é dada à
temperatura da bebida, uma vez que a cerveja muito gelada exala menos aromas,
além de anestesiar nosso sistema gustativo, impedindo a boa percepção dos
sabores. Por isso, o especialista foge de cervejas que estejam abaixo de 4º C.
Em linhas gerais, cervejas claras e mais leves são servidas de 5 a 7º C, enquanto outras, mais elaboradas, podem exigir a
temperatura de 11 a 13º C, por exemplo.
A degustação de cervejas, assim como
de vinho, compreende várias etapas, que correspondem a uma progressão entre as
análises visual, olfativa e gustativa.
Análises visual,
olfativa e gustativa
[fonte das imagens: Las Mejores Cervezas
Del Mundo, p. 24-25]
Chope
Nosso chope nada mais é do que
a cerveja armazenada em barris e servida por meio de torneiras. Basicamente, a
diferença entre o que chamamos de chope e cerveja é o processo de pasteurização
por que passa a bebida, tornando-a mais durável e viabilizando o envase em
latas ou garrafas para consumo futuro.
O chope, não pasteurizado e, por isso,
contendo micro-organismos deteriorantes, tem que ser consumido em poucos dias.
Em compensação, seria mais rico em aroma e sabor. Com a crescente automação dos
métodos de produção, atualmente até o chope é pasteurizado, o que elimina as
diferenças teóricas entre o chope e a cerveja.
De qualquer forma, a diferenciação
terminológica é exclusiva do Brasil, já que no exterior somente uma palavra é
empregada para designar a cerveja, em todas as suas formas. Agrega-se, todavia,
um adjetivo à palavra “cerveja” para indicar a forma de envase em barris.
Expressões como cerveja na pressão, “beer on tap”, “draft beer” ou “draught beer” representam, no exterior, o que chamamos de chope.
Chopeiras e mais chopeiras! [fonte
da imagem:
http://www.reachtoteachrecruiting.com/blog/reach-to-teach-taiwan-july-event-a-night-at-on-tap/] |
O Brasil antes da invasão das cervejas
Com breves contatos do brasileiro com
a cerveja holandesa e portuguesa, por questões ligadas à colonização, somente
em meados do século XIX a cerveja passou a ser produzida empresarialmente,
sendo a Cervejaria Brasileira, criada em 1836 no Rio de Janeiro, a pioneira no
ramo.
As grandes cervejarias – a Cia.
Antarctica Paulista e a Cia. Cervejaria Brahma – surgiram em 1888, vindo a
fundirem-se em 1999, formando a AmBev – Companhia de Bebidas das Américas.
Posteriormente, a AmBev fundiu-se à cervejaria belga Interbrew,
em 2004, formando a Anheuser-Busch InBev e tornando-se a maior
produtora mundial de cerveja.
Nosso país é dominado por cervejas
claras, voltadas ao consumo de massa e produzidas com um propósito muito
específico: refrescar. Trata-se de um estilo amplamente globalizado, que
surgiu nos EUA na primeira metade do século XX e foi se aperfeiçoando ao longo
do século. A indústria cervejeira brasileira, desvinculando-se completamente do
exemplo dos países mais tradicionais, aderiu a um modelo de consumo restrito, a
partir de uma cerveja pobre de aroma e sabor.
Enquanto o europeu zelava pela pureza,
qualidade dos insumos, variedade e complexidade aromática e gustativa de sua
bebida, o brasileiro dedicou-se a lapidar sua “loira gelada”, padronizando o
consumo de cerveja no país.
À exceção da escura Caracu, nossas
cervejas são lagers claras de menor teor
alcoólico, menos amargas e pouco frutadas, correspondendo aos estilos standard
american lager e premium american lager do Guia de
Estilos BJCP (grupos 1B e 1C). A título de registro, a “Heineken”, de
origem holandesa, e a “Stella Artois”, belga, que
caíram nas graças do brasileiro, também são classificadas como premium american lager.
Mesmo que represente claro
distanciamento em relação aos países mais tradicionais, nossa cerveja
estupidamente gelada traduz um conceito que não pode ser negado ou
simplesmente substituído, em razão de sua enorme penetração em todas as camadas
da sociedade, devido ao baixo custo, como também pela relação histórica e cultural
com as alegrias do brasileiro, incluindo futebol, praia, carnaval, verão, etc.
Nossa cerveja se presta a refrescar!
Por isso, todo o marketing da indústria de massa vincula a bebida à sede e ao
calor intenso e induz o consumo na menor temperatura possível. Assim, maquia-se
a falta de aroma e sabor e estimula-se o uso da bebida como eficiente “matador”
de sede. Mais recentemente, o apelo à sensualidade feminina também tem sido a
tônica.
Exemplos de
publicidades com cerveja, calor, praia e belas mulheres [fontes das imagens:
http://www.diadefeira.com/compra-coletiva/fortaleza/ofertas/site/baiao-de-ofertas/63-por-cento-cerveja-praia-e-desconto-combinacao-perfeita-na-barraca-marambaia-beach-em-seis-6-cerv_74744;jsessionid=430f4a116f9f004216d4d7fb71f5
e http://o-bixo.flogbrasil.terra.com.br/foto17025233.html] |
“No Brasil a cerveja sempre teve um
tratamento mais de refresco do que de bebida alcoólica, sendo tradicionalmente
abordada como uma bebida gelada pouco sofisticada. Muito explorada como produto
para consumo de massa, tornou-se pouco merecedora de cuidados e atenção, e
ficou relegada ao plano dos itens populares de baixo apelo gastronômico.”
(Ronaldo Morado, ob. citada. p. 107)
O Brasil pós-invasão: antecedentes do Movimento
do Cervegelo
Em relação às cervejas, o Brasil
também segue a sombra dos Estados Unidos. Michael Jackson indica o ano de 1965
como o marco do renascimento da cerveja nos EUA, com a compra do controle acionário
da empresa Anchor Brewing Company por Fritz Maytag. E, em
1978, Jimmy Carter assinou a lei que liberava a produção de cerveja em casa.
Sobre este momento, diz o especialista
inglês: “Muitas originalmente conhecidas como microcervejarias ultrapassaram o
status de ‘micro’, e o termo ‘cervejaria artesanal’ entrou em uso. Seja como
for, sua característica definidora é que existem como alternativa para as lagers massificadas.” (Cerveja – Guia Ilustrado Zahar. p. 209)
Atualmente, a par das “lagers massificadas” produzidas naquele país, como a “Bud”, o cervejeiro americano produz as cervejas de
caracteres mais acentuados do mundo, além de prestigiar estilos tradicionais da
Europa e reproduzi-los com rigor, mas também criando novos estilos a partir da
fusão dos já consagrados.
No Brasil, o “renascimento da cerveja”
se dá a partir dos anos 80, mas é notadamente intenso nesta última década. A
herança da nossa cerveja estupidamente gelada obriga-nos a
intitular a “cerveja do renascimento” como cerveja especial, cerveja
artesanal, etc.
Em nossos tempos, nos grandes centros,
não é tão raro encontrar bares com dezenas de opções de cervejas, atentos à
forma de servir e à exigência do interessado. Talvez a principal referência
seja o FrangÓ (http://www.frangobar.com.br),
em São Paulo, com 450 rótulos e 6 chopes.
Na capital paulista, ainda podem ser
citados o Melograno (http://www.melograno.com.br)
e o Empório Alto dos Pinheiros (http://www.altodospinheiros.com.br). O Melograno
disponibiliza até aplicativo para iPhone, auxiliando o
interessado na escolha e no registro da avaliação da cerveja. O Empório Alto
dos Pinheiros serve, além de mais de uma centena de rótulos de cerveja, cerca de 15 tipos de chope, incluindo vários belgas, como o
premiado “Delirium Tremens”.
Noticia-se uma breve reforma no balcão para que sejam servidos até 30 chopes.
Também explode o número de
“cervejeiros de panela”, que produzem cervejas em casa, com equipamentos
rudimentares e servem aos vizinhos e interessados. Microcervejarias despontam
em todos os locais e inúmeras cervejas especiais brasileiras participam de
campeonatos internacionais. Destacam-se, dentre muitas outras, as cervejarias Bamberg (de Votorantim/SP), Eisenbahn
(Blumenau/SC), DaDo Bier (Porto Alegre/RS), Colorado (Ribeirão Preto/SP), Bodebrown (Curitiba/PR), Wäls
(São Francisco/MG), Falke Bier
(Ribeirão das Neves/MG), Way Beer
(Pinhais/PR), Bäcker (Belo Horizonte/MG), Dama Bier (Piracicaba/SP), Burgman
(Sorocaba/SP) e Baden Baden
(Campos do Jordão/SP).
E há muito conhecimento e cultura
sendo fomentados, com o apoio da Internet.
O “Brejas” (http://www.brejas.com.br),
provavelmente o maior repositório nacional de informações sobre cervejas,
comemorou recentemente a inclusão da 3.000ª cerveja em
seu ranking. E o “Bar Brejas” (http://barbrejas.com),
em Campinas, é destaque no interior paulista.
O “blog” “Edu Recomenda” (http://edurecomenda.blogspot.com)
abrange, dentre outros assuntos, o universo da harmonização das cervejas com
comidas. “Mestre Cervejeiro” (http://www.mestre-cervejeiro.com) inova com transmissão de
experiência em vídeos, inclusive na forma de “podcasts” para “tablets”. Além disso, há quem discuta cultura e mitologia brasileiras
vinculadas à cerveja, com conhecimento e competência, como o recente “blog” “O Cru e o Maltado” (http://ocrueomaltado.blogspot.com).
Hoje, podem-se assinar serviços de
entrega de cervejas especiais, como o “Have a Nice Beer” (http://www.haveanicebeer.com.br), em que o associado recebe,
mensalmente e em casa, exemplares de cervejas exóticas.
Além do apoio cibernético, também se
dispõe, pouco a pouco, de livros, bons livros. Por todos, citamos a maravilhosa
obra utilizada (descaradamente) neste texto, o Larousse da Cerveja, de
Ronaldo Morado.
Não é só. No Brasil, já existem dois
cursos regulares de sommelier de cervejas, o
da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers – São
Paulo) e o do SENAC, este em parceria com a Doemens
Academy, da Alemanha.
Cursos diversos, incluindo temas como
produção artesanal de cerveja e degustação, já são
realidade, como no “Bar Brejas”, já citado, e na
Cervejaria Escola Bodebrown (http://bodebrown.com.br),
em Curitiba/PR. O “Mestre Cervejeiro”, também já citado, além de realizar
workshops e aulas, levou ao Paraná o curso de formação de sommelier da ABS-SP.
Cervejas brasileiras são “ranqueadas”
em entidades no exterior. Como exemplo, veja a lista das melhores cervejas
brasileiras do “RateBeer”
(extraída em 16/02/2011, de http://www.ratebeer.com/beer/country/brazil/31),
que ilustra, inclusive, a penetração das cervejas produzidas pela Eisenbahn, de Blumenau/SC, no mercado norte-americano:
# |
Cerveja |
Pontos |
Estilo |
1 |
Eisenbahn Lust |
3.51 |
Belgian Strong Ale |
2 |
Baden Baden Red Ale Especial |
3.49 |
Barley Wine |
3 |
Eisenbahn Vigorosa (Weizenbock) |
3.46 |
Weizen Bock |
4 |
Baden Baden Stout Dark
Ale |
3.45 |
Stout |
5 |
Wäls Trippel |
3.42 |
Abbey Tripel |
6 |
Eisenbahn Defumada (Rauchbier) |
3.34 |
Smoked |
7 |
Colorado Índica |
3.29 |
India Pale Ale (IPA) |
8 |
Wäls Quadruppel |
3.27 |
Abt/Quadrupel |
9 |
Eisenbahn A Dama do Lago |
3.26 |
Belgian Strong Ale |
10 |
Eisenbahn Dunkel (Escura) |
3.23 |
Dunkel |
Eisenbahn Lust,
cerveja produzida no Brasil pelo método champenoise
[fonte da imagem: http://www.eisenbahnlust.com.br/2010/acerveja/]
Fácil perceber que as cervejas
especiais brotam no Brasil, vindas do exterior, mas também criadas aqui. Em
rota de colisão com a nossa cerveja estupidamente gelada, os
apreciadores de cerveja especial bradam “beber menos e melhor”, bordão
incompreendido pela grande massa de brasileiros.
Se a nossa cerveja estupidamente
gelada é algo que não se questiona, a invasão da cerveja especial
também é uma realidade.
Breves apontamentos sobre a legislação
nacional
Em nosso país, é o Decreto n.º 6.871/2009 que traz o regulamento da produção e
comercialização de cervejas, dentre outras bebidas.
Distante da Lei da Pureza alemã, nossa
cerveja é assim considerada se possuir 55% ou mais de malte de cevada em
relação ao extrato do mosto de malte empregado (art. 38, IV, “b”, do
regulamento). Vale mencionar que a cerveja feita com 100% de malte de cevada é
a “cerveja de puro malte”, nos termos do regulamento (art. 38, IV, “a”).
Percebe-se, portanto, que nossa
legislação admite “cervejas” com pouco mais de metade de malte de cevada em
relação ao extrato total. As cervejas produzidas pela indústria de massa
possuem comumente adjuntos que, sendo fontes de amido, destinam-se a aumentar a
produtividade. No
passado, utilizava-se “gritz” de milho e arroz. Hoje,
emprega-se “high maltose”, um açúcar idêntico ao
encontrado no malte, mas extraído do xarope de milho e sem interferência direta
no sabor da bebida.
O problema seria minimizado se o
consumidor tivesse conhecimento pleno do que bebe, podendo comparar rótulos e
produtos. Neste particular, o rótulo das bebidas no Brasil, incluindo as
cervejas, tem que conter a discriminação de seus ingredientes (art. 11, VI, do regulamento).
Ainda que não houvesse a obrigação da
informação imposta pelo Decreto n.º 6.871/2009, o Código de Defesa do
Consumidor (Lei n.º 8.078/1990) considera direito básico do consumidor “a informação adequada e
clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de
quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os
riscos que apresentem” (art. 6º, III).
Infelizmente, em pleno ano 2012, são
maioria os rótulos com dizeres genéricos como “ingredientes: água, malte,
cereais não maltados, carboidratos e lúpulo”.
Rótulos de cervejas
produzidas por indústria de massa no Brasil [fotos do Cervegelo,
de fevereiro de 2012] |
||
Infelizmente,
até algumas cervejas especiais brasileiras têm rótulo com descrição genérica [foto
do Cervegelo, de fevereiro de 2012] |
||
Com esses rótulos, você sabe o que
está bebendo? Você sabe quão pura é a cerveja que você consome? Não parece
importante conhecer os ingredientes de sua cerveja? O que são “cereais não
maltados”? O que não é cevada, seria arroz? Milho?
Alguém sabe?
Em contraposição, veja os exemplares
alemães:
Exemplo
de cerveja alemã, importada no Brasil, contendo rótulo expresso, fazendo,
inclusive, referência à Lei da Pureza [foto
do Cervegelo, de fevereiro de 2012] |
|
Exemplo
de cerveja alemã, vendida em rede de supermercados daquele país, contendo
rótulo expresso. Tradução de parte do rótulo: “Ingredientes: água, malte de trigo,
malte de cevada, lúpulo, extrato de lúpulo, levedura” [foto
do Cervegelo, de outubro de 2011] |
Fundamentos do Movimento
Como já deve ter ficado claro, aquilo
que historicamente chamamos “cerveja” – nossa cerveja estupidamente
gelada – está distante do que os países tradicionais, do que os
especialistas e do que os apreciadores de cerveja tratam.
Também como deve ter ficado claro,
estamos frente a duas realidades inconciliáveis. De um lado, a cerveja
estupidamente gelada, bebida simples, padronizada, pobre de aroma e
sabor, fabricada massivamente e de pouco respeito à pureza, com estímulo, neste
aspecto, na legislação nacional, mas extrema e reconhecidamente refrescante. De
outro, a cerveja especial ou artesanal, que prima pela maior pureza e qualidade
dos insumos, pela inovação ou pelo prestígio aos estilos tradicionais, voltada
à experiência sensorial e à gastronomia.
O Movimento
do Cervegelo
A solução é
simples: havemos de separar o joio do trigo. E, se a legislação brasileira não
obriga – e não se cumprem as obrigações já existentes –, parece mais fácil
“rotular” as diferentes cervejas de tal modo que o cidadão perceba facilmente o
que está a consumir.
Aqui entra o Movimento
do Cervegelo, lançado em 19 de dezembro de 2011, em Varginha/MG.
Em assembleia
geral, longe de quaisquer pressões da indústria e do mercado, um grupo de beberrões bastante representativo do povo brasileiro passou
a discutir profundamente o tema.
Deliberou-se
por lançar o movimento de proteção da nossa bebida mais tradicional: a cerveja
estupidamente gelada.
Primeiramente,
reconheceu-se que o termo “cerveja especial” é inadequado. De fato, a palavra
“especial” induz à ideia de peculiaridades em relação a algo que seja “geral”,
que seja comum ou a regra. No caso, não se olvidando da história, a cerveja que
denominamos especial ou artesanal não é peculiar. Ao contrário, é a
cerveja produzida tradicionalmente em diversos países, antes mesmo da
descoberta do Brasil, rica em aromas e sabores.
Por isso, para
que o tcheco, o alemão, o belga, o inglês, o irlandês e o americano não se confundam, o melhor mesmo é rebatizar a nossa cerveja
tradicional, referida neste texto como cerveja estupidamente gelada.
Mas, rebatizar
de quê?
Cogitou-se no
nome “beer ice”, em homenagem à influência americana
em nossa cultura, mas a assembleia acabou por vetar a sugestão, sabendo-se que
“ice beer” é expressão já consagrada no universo
cervejeiro - é denominação de um processo utilizado para reforçar o sabor da
bebida, consistente no resfriamento da cerveja até o congelamento da água com
sua posterior retirada - e levaria ao equívoco.
Cogitou-se em
“loira gelada”, mas uma ala conservadora da assembleia discursou sobre a
vinculação indevida da imagem da cerveja com a sensualidade feminina.
Por fim,
sugeriu-se cervegelo, aglutinação das palavras “cerveja” e “gelo”, e a
proposta foi aceita por unanimidade, sem ressalvas.
Passou-se a
discutir até quando o cervegelo poderá ser chamado de “cerveja” e, considerando
que o Brasil sediará a Copa do Mundo de 2014, evento que, por si só, levará à
superação de todos os recordes nacionais de consumo e ocasião em que milhares
de estrangeiros estarão aqui, ficou convencionado que o cervegelo deverá ser
uma realidade antes do primeiro jogo do campeonato.
Cerveja
e Copa do Mundo do Brasil: associação inevitável
[fonte
da imagem: http://www.abril.com.br/homem/copa-do-mundo-cerveja-futebol-bebida/]
Metas do Movimento
O Movimento
do Cervegelo objetiva, então, a distinção do cervegelo da cerveja, de forma
que o brasileiro e o estrangeiro saibam o que consomem.
Como premissa
principal do Movimento, os rótulos de nossas cervejas tradicionais –
aquelas que se destinam a refrescar, tão somente – têm que ser alterados.
É óbvio que a implementação desta diretiva do Movimento não é fácil
e encontrará resistência na indústria e no comércio. Por isso, foram definidas
metas para que, paulatinamente, a ideologia do Movimento seja absorvida
por toda a população.
As metas
registradas na ata de 19 de dezembro de 2011 são:
a) Meta #1:
informar consumidores, fornecedores, indústria e importadores sobre o Movimento
do Cervegelo, disponibilizando “site” ou página de Internet,
incluindo tabela rápida para consulta que permita diferenciar cervegelo de
cerveja.
Prazo: em 3 meses (até 19 de março de 2012).
b) Meta #2:
disponibilizar adesivos, banners, panfletos e todo tipo de material
publicitário, físico ou virtual, sobre o Movimento do Cervegelo.
Prazo: em 1 ano (até 19 de dezembro de 2012).
c) Meta #3:
alterar todos os rótulos, cardápios, propagandas, material de publicidade,
etc., para que passem a expressar a palavra “cervegelo”, de forma que qualquer
pessoa, nacional ou estrangeira, disponha de informação imediata no momento de
fazer sua escolha.
Prazo: até o
primeiro jogo da Copa do Mundo de 2014 (até 12 de junho de 2014).
Reconheça o
cervegelo
Abaixo, para
fins mnemônicos e em atenção à Meta #1 do Movimento, apresentamos
uma tabela rápida para consulta acerca das diferenças entre o cervegelo e a cerveja:
Quesito |
Cervegelo |
Cerveja |
Proposta |
Refrescar |
Oferecer
experiências sensoriais e gastronômicas |
Local de consumo |
Qualquer,
especialmente se estiver calor ou se houver sede |
“Indoor”, em geral |
Produção |
Própria de grandes
indústrias |
Artesanal, caseira
ou de microcervejarias |
Ingredientes do mosto |
“Malte e cereais não
maltados” (como arroz, milho, etc.) |
Cevada ou
cevada/trigo |
Publicidade televisiva |
Associada a calor,
sede e sensualidade feminina |
N/A (os produtores não possuem orçamento suficiente
para publicidade televisiva) |
Armazenamento |
Freezers ou
geladeiras que marquem -5º C, pelo menos, e que tenham visor digital de
temperatura à vista do consumidor |
Geladeiras e adegas climatizadas,
de 5º C para cima |
Temperatura ao servir |
A menor possível,
desde que não congele |
Consultar estilo
próprio; acima de 5 ºC |
Espuma |
Pode ser servido com
ou sem colarinho, a gosto do freguês |
Na maioria dos estilos,
2 dedos de “creme” é imprescindível |
Copo |
Qualquer, a gosto do
freguês, preferencialmente tirado de dentro de um freezer O copo pode, também,
ser untado em uma solução de suco de limão e sal (o famoso “cu de burro”) |
Consultar estilo
próprio; mas sempre limpo, seco e na temperatura ambiente |
Rótulo |
“Cervegelo” |
“Cerveja” |
Bibliografia
1. Larousse da cerveja. Ronaldo
Morado. Ed. Larousse do Brasil, 2009.
2. Cerveja – guia ilustrado Zahar. Michael Jackson. 2ª ed. Ed. Jorge Zahar, 2010.
3. Las
mejores cervezas del mundo. Ben McFarland. Ed. Blume, 2010.
4. Guia de degustação de cervejas.
Ed. Casa-Dois, 2011.
Falando sério
A par das bem-humoradas metas do Movimento
do Cervegelo, a proposta deste “site” é fomentar uma discussão sadia acerca
da qualidade das cervejas que consumimos e da necessária melhoria da informação
em seus rótulos.
Aguarda-se, portanto, o maior número
de adesões, bem-humoradas ou não, para chamar a atenção da indústria e dos
importadores.
Não se espera um movimento voluntário
por parte da indústria de massa, mas, pelo menos, dos pequenos produtores e dos
importadores, que, para manterem viáveis seus negócios, têm que atender a
expectativa de um público mais exigente.
De qualquer forma, caso a adesão a
essas causas seja expressiva, o Cervegelo encaminhará representação ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, objetivando o
aprimoramento da legislação, e ao Ministério Público, objetivando o
cumprimento, pelos fornecedores, das obrigações legais já existentes no que
tange à informação dos rótulos. Essas representações serão instruídas com as
contribuições aqui colhidas, razão pela qual se abre o debate.
Envie seus comentários diretamente no
“blog” (http://cervegelo.blogspot.com)
ou ao e-mail do Cervegelo (cervegelo@hotmail.com). Neste último caso, informe no e-mail
se você não quer que seu comentário seja publicado no “blog”.
E responda às duas pequenas enquetes
no rodapé do “blog” (O que você acha de
distinguir as cervejas produzidas pela indústria de massa das outras? e O que você acha da descrição existente nos
rótulos das cervejas comercializadas no país?).
Agradecemos antecipadamente,
O Cervegelo
Divulgação
Para divulgar o Movimento do
Cervegelo, incorpore o banner mais
adequado ao seu “site”:
<a href="http://cervegelo.blogspot.com/">
<img border=0 width=400
height=261 src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1tYn2Swqmfq-JnE-xAFlxQg9Fm65nGQ1S7jGZ3vv2DCOlg0q3tNZ7tOxWsXdzKN3Iz6icPXfy-M5TiDbaGzM4_A4n8tvV2OpQGA6sRNeBbUZdm0e1WI_Z3zbrnGhPITHS8j7vJFNalpg/s800/mdc.jpg”
alt="Movimento do
Cervegelo :: eu apoio essa ideia"></a>
<a href="http://cervegelo.blogspot.com/">
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Cervegelo :: eu apoio essa ideia"></a>
Beba com moderação, sempre.
(MdC, v. 1.1, 15/03/2012)